TEXTO PUBLICADO NO JORNAL EXPRESSO DA HISTÓRIA:
CUIDADO COM A SUPERPROTEÇÃO
Olá leitores do Expresso, como pedagoga tenho tipo
algumas preocupações, e sei que mesmo não gostando não há como negar que ainda
existam tanto pais negligentes aos montes, como também os superprotetores. E é
sobre esse último que quero desabafar. Tenho lido muito a respeito, e sobre
isso podemos dizer que excesso de proteção atrapalha de verdade o
desenvolvimento do seu filho de várias maneiras.
Os pais superprotetores em sua maioria são inseguros
e ansiosos, costumam proibir seus filhos de fazerem coisas rotineiras, andarem
sozinhos, irem a padaria, mercado, brincar na rua. Preferem que fiquem seguros
(isolados) em casa presos ao videogame, computador ou TV. E atendem a todos os pedidos da
criança ou do jovem. Trágico erro.
Quando a criança é menor, é aceitável ter receio que
ela se machuque, mas incomum não deixar que brinque na casa de um amigo. Deixem
que façam essas pequenas tarefas, claro, sempre com horários para entrar, sendo
realizadas com seguranças não haverá problema. Deixem que cresçam com
responsabilidade.
Hoje em dia, o único ambiente em que as crianças e
adolescentes tem, de assumir responsabilidades é na escola. Lá deixam de ser o
príncipe ou princesinha de casa para ser mais um aluno. E há aqueles pais que
não agüentam e exigem tratamento diferenciado na escola. Sua intromissão no dia
a dia pedagógico é um fato que aborrece professores e diretores.
Com isso,
os especialistas em educação infantil notam um grande aumento no número de
crianças dependentes, mimadas, ansiosas e inseguras. Essa criança é a que pede
atenção e aprovação para cada atividade realizada. Questiona os professores com
freqüência, repetidas vezes. Fora da sala, tem medo de se machucar no
parquinho, tem medo de brincar com os colegas, não vai sozinha ao banheiro,
pede ajuda a todo o momento. Visivelmente, um filho sob os cuidados integral dos pais está mais
seguro. Porém, existe risco na vida sem riscos, pois uma criança superprotegida
tende a ser:
Medrosa, podendo comprometer
inclusive sua habilidade motora;
Manhosa, é o centro de tudo,
quando longe dos pais torna-se birrenta e não aceita ser contestada;
Insegura, para tomar atitudes
quando estiver só, demonstrará insegurança e indecisão;
Dependente, não saberá lidar com
imprevistos e resolver problemas;
Impaciente; espera ter seus
desejos atendidos imediatamente;
Então se você quiser ter um filho realmente feliz e
realizado, dê a ele a liberdade possível em cada fase de sua vida. E lembre-se
"Chega um momento na vida íntima das famílias no qual os filhos se tornam,
voluntária ou involuntariamente, juízes de seus pais". Honoré de Balzac
Para ter um bom julgamento, não seja negligente,
por favor, mas com certeza também não seja superprotetor.
Por fim, Lembre-se:
Quem ama, cuida. Quem ama, permite! Mas também disciplina e impõe limites!”.
Pediatra Sylvio Renan
ABRAÇOS, JAQUE ESPÍNDOLA